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quinta-feira, 28 de abril de 2011

SOU INFLUENCIADO OU INFLUENCIO? (CosmoVisão)

- Conhecendo os inimigos - • Ef 6.12 – Batalha Espiritual.

OS INIMIGOS:

• DIABO (I Pe 5.8):
- Nem subestimação (I Pe 5.8; 2 Co 11:14) nem superestimação (Cl 2.15).

• CARNE:
- Carne – Natureza pecaminosa
- Obras da Carne: Prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias...

• MUNDO: (I Jo 2. 15-17)
- Filosofia de vida anti-cristã que governa os homens sem Deus. Estilo de vida ímpio. Mentalidade que influencia as atitudes dos homens irregenerados.
 - Princípios dessa filosofia de vida:
 - Concupiscência da carne.
- Concupiscência dos olhos.
 - Soberba da vida.

O NOSSO TEMPO:
• Filósofos e Sociólogos o chamam de Pós-modernismo.

• A importância de entendermos o pensamento da época – As idéias movem o mundo.

Modernismo ou Pós-Modernismo

• Modernismo:
- Prevalência do Natural ao Sobrenatural.
- Razão como padrão – Iluminismo
- Crença no progresso.

• Pós-Modernismo:
- “A chegada do pós-modernismo poderia ser descrita como a perda de entusiasmo pelas convicções básicas do modernismo” .

• Características do Pós-Modernismo:
Não aos absolutos (Relativismo) Pluralismo

SOU INFLUENCIADO OU INFLUENCIO? (parte 2)
- Entendendo a postura da Igreja -

• O mundo foi criado por Deus, e por isso foi criado essencialmente bom. Porém, o mundo foi contaminado pelo pecado e por isso nos é hostil. Diante desses ensinamento, qual deve ser a postura da igreja?

• Nem monasticismo, nem mundanismo.
- Monasticismo: Estilo de vida separatista onde alguém deixa o convívio da sociedade para dedicar-se ao espiritual.
- Mundanismo: “é a doença da alma que nos infecta quando começamos a moldar nossas idéias, crenças, nossos métodos e estilos de vida conforme o mundo. (...) Toirnamo-nos mundanos quando os “papos” de apresentadores de televisão substituem os sermões, o culto é transformado em consumismo dirigido pelo mercado e categorias terapêuticas ou políticas começam a substituir a ênfase bíblica nas nossas igrejas” .

• Rm 12.2 – “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

IGREJA:
- Organização: Denominação, Igreja local e etc. (At 5.11; At 11.26).
- Organismo: Os eleitos de Deus (individualmente). (I Co 10.32; Ef 4. 11-16)

A IGREJA COMO ORGANIZAÇÃO:
- Para influenciar o mundo a “igreja” precisa ser “igreja”.

A IGREJA COMO ORGANISMO:


• Sal da terra e luz do mundo (Mt 5. 13-16).

• Sal – Conservante

• Luz – Transformação

Caráter Cristão:

• Bem-aventuranças – O caráter cristão
- Humildes de espírito – “pobres” de espírito. Que reconhecem a sua pequenês e miséria.
- Choram – Os que diante da sua miséria se entristecem. Sentimento de tristeza devido a sua incapacidade espiritual.
- Mansos – “A mansidão é, em essência, a verdadeira visão que temos de nós mesmos, e que se expressa na atitude e na conduta para com os outros.” (Dr. Martyn Lloyd-Jones)
- Os que têm fome e sede de justiça – “Justiça” nesse sentido é justiça moral. É aquela justiça de caráter e de conduta que agrada a Deus. Ter fome e sede de justiça é se esforçar para ter uma conduta que agrade a Deus.
- Misericordiosos – “Misericórdia” Coração na miséria. Compaixão.
- Puros de coração – Tem a ver com a motivação. Sinceridade.
- Pacificadores – Os que buscam a paz.
- Perseguidos por causa da justiça -

A Vida Cristã:
• Aspecto Negativo: Mt 16.24 (Hb 12. 1-3)
- Peso
- Pecado: Ef 4. 25-30; Cl 3. 5-9

• Aspecto Positivo( Ef 5.18)
- A Plenitude do Espírito: (Ef 5.18 a 6.9)
- Enchei-vos – Verbo Imperativo passivo presente
- Frutos do Espírito: Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.
- Textos: Cl 3. 12-17; 4. 2-6; I Pe 2. 13-14
- Um aspecto essencial: Fé na Palavra de Deus

Objetivos da Influência:
• Bem comum da sociedade.

• Testemunho aos ímpios. (Dt 4. 5-6)

• Glória de Deus. (I Pe 2. 11-12) Rm 11.36

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A EXEGESE DO TEXTO DO SERMÃO

O árduo trabalho de preparação da mensagem bíblica começa com a transparência do texto escolhido. O processo que gera essa transparência chama-se exegese.

Exegese é um termo técnico teológico empregado para definir o trabalho de exposição de um texto bíblico. A palavra exegese deriva do substantivo grego exegesis, que significa declaração, narrativa, exposição, explicação, interpretação. Para os gregos, os exegetai eram os intérpretes e expositores oficiais da lei sagrada. Platão, Leis, 759 c, e, 755 a. O termo exegese firmou-se mundialmente a partir do século XIX, indicando a atividade teológica de expor um texto da Bíblia.
O texto bíblico apresenta-se numa língua estrangeira (hebraico, aramaico ou grego) e inserido numa cultura, história e contexto social totalmente diferentes da realidade brasileira.
A fim de expormos com objetividade, temos de interpretar o texto no horizonte de seu autor, com seu contexto e sua cultura, para depois aplicá-lo ao horizonte do ouvinte do século XX. Todos os textos bíblicos têm suas características específicas, dadas por Deus. É evidente que as expressões paulinas predominantes não são as mesmas usadas por Pedro, João ou Tiago, que a literatura poética é diferente da profética e que o texto de Gênesis difere daquele de Samuel, embora ambos os livros façam parte dos registros históricos. Devemos reconhecer e descobrir as características específicas de qualquer texto bíblico, vencer a estranheza (barreira cultural) e descobrir o cerne do texto, superando nossos preconceitos e suposições individuais a fim de expô-lo de maneira fiel e objetiva, conforme as necessidades de nossas igrejas.
A mensagem bíblica encontra-se no texto bíblico em si, não em nós. Somos apenas portadores da mensagem divina presente na Bíblia. Por isso, temos de bombardear o texto bíblico com perguntas, analisá-lo, expô-lo e interpretá-lo, se quisermos comunicá-lo.
Tomemos como exemplo a Parábola do Semeador, em Mateus 13. Por que o semeador semeia à beira do caminho e em solo rochoso? Será que o semeador é negligente ou mal treinado nas técnicas agrícolas? Quanto à Parábola das Dez Virgens, em Mateus 25, podemos perguntar: quais são as tarefas das virgens? Por que algumas têm óleo e outras não? Atos 8 relata a história do encontro de Filipe com o eunuco. Onde fica a Etiópia? Quem é o eunuco? Por que ele era eunuco? Por que viajou para Jerusalém? Qual a distância entre a Etiópia e Jerusalém? Lemos em Lucas 2 que os pais de Jesus puseram-no numa manjedoura. O que é uma manjedoura? Por que os pais não usaram uma rede ou uma esteira?


A necessidade da exegese ilustrada

                                                                  
                                                                     DEUS



                                               Inspiração                       Iluminação





                               Autor                           Grego                                  Leitor                      



horizonte bíblico

horizonte atual
a. C. – primeiro século
A. D. cultura, costumes e língua do autor bíblico

do leitor bíblico do século XX, com sua cultura, seus costumes e sua língua


Assim, a nossa pregação torna-se bíblica quando nos submetemos à autoridade do texto, ouvimos e obedecemos a seus princípios e ordens, analisamos criteriosamente suas palavras, seus costumes e seus personagens, interrogamos seu contexto histórico, cultural e bíblico, esclarecemos as dúvidas que surgem na primeira leitura e apropriamo-nos de seu conteúdo pela fé.
O ponto de partida da exegese é o texto. Seu alvo é uma exposição bíblica compreensível para os ouvintes. A finalidade da exegese é dispor os elementos a serem expostos de maneira clara, lógica, seqüencial, progressiva e estética, de sorte a formar um conjunto convincente. PMS, p. 41. O alvo da exegese é duplo: compreensão por parte do pregador e compreensão por parte do ouvinte.

BÍBLIA ------------------» PREGADOR --------------------» OUVINTES

Na pregação do evangelho, expomos a idéia principal, o cerne de um texto bíblico. É praticamente impossível apresentar cientificamente todos os pormenores e detalhes de um texto bíblico. Não podemos sobrecarregar nossos ouvintes nem fazer da mensagem bíblica um discurso puramente acadêmico. O importante é limitar-se ao significativo e essencial num texto bíblico. A exegese científica é um trabalho indicado para os comentários, para os cursos de mestrado e para os professores de seminários evangélicos. A exegese do pregador é uma tarefa limitada ao essencial do texto, à compreensão popular da igreja e objetiva uma mensagem de aproximadamente 30 minutos. Nessa exegese limitada, é legítimo pesquisar os termos principais com mais atenção, deixando de lado expressões secundárias.
Contudo, uma simples exposição mecânica ou técnica do texto bíblico não produz automaticamente os resultados desejados pela congregação. É preciso fazer a exegese sob a orientação divina, num espírito de submissão, obediência e oração. A exegese bíblica é uma atividade espiritual que exercemos na presença de nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, como fazer a exegese de um texto bíblico? Os dez passos didáticos expostos a seguir o ajudarão a exercer e desenvolver a arte da exegese bíblica:

1. Leia o texto em voz alta e em espírito de oração várias vezes (o grande pregador Dr. Campbell Morgan costumava ler pelo menos 50 vezes a passagem que ia expor), comparando-o com versões bíblicas diferentes para obter uma maior compreensão de seu conteúdo.
2. Reproduza o texto com suas próprias palavras, sem olhar na Bíblia, para verificar se realmente entendeu o conteúdo (Bezzel memorizava todos os textos sobre os quais pregava).
3. Observe o contexto imediato e o remoto (veja pp. 38ss.).
4. Verifique a forma literária do texto (história, milagre, parábola, ensino, advertência, promessa, profecia, testemunho, oração, introdução etc.) e tente estruturá-lo (e. g., Ef 1.1-2; 15-23; Lc 4.38-39).
5. Determine o significado exato de cada palavra básica, com sua origem e seu uso pelo autor e no restante do testemunho bíblico (e. g., Rm 3.21-31; 5.1).
6. Anote peculiaridades do texto (palavras que se repetem, contrastes, seqüências, conclusões, perguntas, teses) e faça uma comparação sinótica, caso o texto pertença aos evangelhos (veja pp. 35-36).
7. Pesquise as circunstâncias históricas e culturais (época, país, povo, costumes, tradição; e. g., Ap 19.15).
8. Elabore as mensagens de cada versículo ou termo principal por meio de versículos paralelos (em palavras e assuntos), de seu núcleo, de sua relação com a história da salvação, de perguntas didáticas (quem, o que, por que etc.) e de comentários bíblicos, léxicos, dicionários e manuais bíblicos (e. g., Mt 12.38-42).
9. Estruture o texto conforme seu conteúdo principal e organizador e suas seções secundárias (e. g., Lc 19.1-10).
10. Resuma o trabalho exegético feito até este ponto com a frase: O assunto mais importante deste texto é...

Você deve memorizar estes dez passos didáticos e aplicá-los na preparação de qualquer estudo bíblico ou mensagem da Palavra de Deus. Você não pode dispensar-se dessas etapas. Sua negligência seria como a de um mecânico ignorante que conserta um carro sem usar suas ferramentas!

Exemplo 1: Mateus 9.9-13
1. Após ter lido o texto várias vezes e comparado suas palavras com versões bíblicas diferentes, resuma a impressão geral do trecho.
2. Qual o contexto dessa passagem?
            a. contexto imediato de Mateus 9
            b. contexto do evangelho de Mateus (os capítulos anteriores e posteriores)
            c. contexto remoto do livro inteiro (a estrutura do evangelho de Mateus)
3. Como esse texto poderia ser estruturado?
4. Faça uma comparação textual com várias versões bíblicas, anotando as diferenças.
5. Faça uma comparação sinótica desse texto para descobrir a cronologia dos acontecimentos, o material peculiar e os trechos omissos de cada um dos evangelistas.
a. o material peculiar de Mateus
b. o de Marcos
c. o de Lucas
d. o material omisso de Mateus
e. o de Marcos
f. o de Lucas
g. a cronologia sinótica
h. resumo em uma só versão
6. Explique os costumes alfandegários romanos.
7. Qual era a relação entre judeus em geral e os publicanos e pecadores?
8. Qual era a atitude de João Batista frente aos publicanos e pecadores?
9. Como Jesus Se relacionava com os publicanos e os pecadores?
10. Quem eram os fariseus (origem, atitudes, crenças, posição)?
11. Por que os fariseus opuseram-se a Jesus (v. 11)?
12. Fale sobre Cafarnaum (lugar, origem, significado, tamanho, importância).
13. Quem era Mateus (ou Levi; ligações familiares, profissão, religião, características, menção nos evangelhos)?
14. No versículo 9, qual o significado do verbo ver, empregado por Jesus, em relação à vocação de Mateus? Será que os autores dos demais evangelhos usam esse verbo em outras circunstâncias?
15. Quais as conseqüências implícitas do ato de seguir a Jesus?
 a. conforme Lc 5.28
 b. conforme Mt 19.21
 c. conforme Lc 19.1-10
16. Segundo os versículos 10 e 11, quais os motivos de Mateus ao convidar Jesus à sua própria casa?
17. Por que os judeus consideravam os publicanos e pecadores indivíduos de segunda classe?
18. O que significa a frase: ... come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?
19. Como Jesus descreve Sua missão nos versículos 12 e 13, e qual seu significado?
20. Por que Jesus citou Oséias 6.6?
21. Quais as diferenças entre Oséias 6.6 e sua citação feita por Jesus?
22. Em que e por que revela-se na ação de Jesus a misericórdia divina?
23. Quais as implicações do fato de chamar os pecadores?
24. Será que os fortes e justos não precisam da misericórdia divina? (Consulte alguns comentários.)
25. Qual a origem, o significado e o uso do termo bíblico misericórdia? (Consulte o NDB, o NDITNT e o NTI.) (Ferramentas de estudos)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

DECISÕES DA IPB SOBRE O CULTO PÚBLICO

Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes

Em novembro de 2010 o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil se reuniu extraordinariamente para examinar diversos documentos que não puderam ser analisados em sua reunião ordinária em julho do mesmo ano. Entre eles havia vários documentos oriundos de presbitérios e sínodos acerca de questões relacionadas com o culto público a Deus.
Para alguns, pode parecer estranho que o concílio maior de uma denominação tão antiga e séria como a IPB se dedique a discutir por horas assuntos litúrgicos, quando existem outros assuntos "mais sérios e importantes" a serem tratados. A verdade, todavia, é que para os presbiterianos o culto público é um dos assuntos mais sérios e importantes na vida de uma igreja local e de uma denominação. No âmago da Reforma protestante estava um desejo profundo de reformar o culto a Deus dos acréscimos feitos pela Igreja Católica durante a Idade Média e retornar ao culto simples e teocêntrico ensinado na Bíblia. E hoje, quando outra vez a pureza do culto é ameaçada pela intrusão de elementos e práticas estranhas trazidos pelo neopentecostalismo e outras tendências, os presbiterianos entendem que é preciso se debruçar sobre o assunto, discutir o mesmo e tomar posicionamentos.
Foi isto, numa certa medida, que foi feito na reunião de novembro do ano passado. Alguns dos tópicos sobre culto analisados foram os seguintes.

1 - Havia uma consulta sobre a proibição de culto de gratidão a Deus no domingo a noite - ao que parece, alguns pastores estavam defendendo que o culto público nos domingos à noite deveriam sempre ser cultos regulares, sem a possibilidade da celebração de cultos em ações de graça, como é comum acontecer nas igrejas. A decisão do Supremo Concílio foi "não proibir as ações de graças como parte do culto no dia do Senhor", e que o culto deve ter Deus como centro. Ou seja, declarou que as ações de graças fazem parte do culto a Deus, como está na Confissão de Fé da IPB (Westminster) e que o culto não deve virar culto à personalidade, mas Deus é sempre o centro do mesmo.
2. Outra consulta tratava do título de apóstolo, diante do uso cada vez mais freqüente do mesmo por parte de líderes de igrejas e grupos neopentecostais. O Supremo Concílio respondeu que reconhece apenas os Doze Apóstolos e Paulo e que não cabe o uso do título a nenhum líder cristão contemporâneo.
3. O Supremo Concílio aprovou uma Carta Pastoral sobre Liturgia que trata de danças litúrgicas, coreografias e bater palmas durante os cultos. Esta Pastoral será preparada em formato de livro e publicada pela Editora Cultura Cristã, órgão oficial da IPB, e enviada a todas as igrejas locais sob sua jurisdição. Em linhas gerais, o Supremo Concílio declara na Pastoral que as danças e coreografias não fazem parte do culto público oferecido a Deus conforme revelado na Bíblia e que, portanto, as igrejas devem excluir tais práticas de suas liturgias. Bater palmas fica a critério de cada igreja local.
4. As comemorações do Natal por parte das igrejas também foi alvo de consulta. Como é sabido, há reformados que consideram cultos natalinos como corrupção do culto a Deus e uma prática pagã sem fundamento bíblico. A decisão do Supremo Concílio, todavia, foi ratificar várias decisões anteriores que não proibiam as celebrações natalinas, embora colocassem limites e orientações e exigissem a fiscalização direta dos conselhos contra abusos.
5. Houve também a reafirmação de uma decisão anterior quanto às chamadas "práticas neopuritanas". Em termos gerais, o Supremo Concílio considera que tais práticas, como o cântico exclusivo dos salmos, a proibição de mulheres cristãs orarem nos cultos da Igreja, a proibição do uso de instrumentos musicais e de corais nos cultos, "não encontram amparo nos símbolos de fé da Igreja e nem nos seus Princípios de Liturgia," e que os concílios devem repelir a restrição de genuínos atos litúrgicos bem como os acréscimos de práticas antropocêntricas.
6. Uma decisão muito debatida foi sobre cantatas com representações teatrais. A decisão do Supremo Concílio declarou que "não há qualquer incompatibilidade da encenação teatral ou representativa de cantatas" com os elementos de culto público da IPB. Ou seja, continuam a ser permitidas - e felizmente, não obrigatórias - as cantatas com teatralização no culto. Se eu entendi correto, a decisão está permitindo teatro ou encenação durante o culto somente durante cantatas - o que normalmente se faz somente na época da Páscoa e do Natal. Assim mesmo, fica a dúvida se esta decisão não contraria a decisão mencionada no item 3 acima, e que foi tomada antes desta, que proibe coreografias durante o culto.
Tomadas como um todo, as decisões confirmam a tendência da maioria dos pastores e presbíteros da IPB em anos recentes de nos firmarmos mais e mais como uma igreja liturgicamente reformada, que rejeita as práticas neopentecostais sem, contudo, ceder aos excessos no neopuritanismo.
Quanto à implementação e observância destas decisões no cotidiano das igrejas locais, dependerá completamente da honestidade, fidelidade e zelo dos pastores, presbíteros e conselhos. Quem viver, verá...
  
 Publicado em "Mirante Presbiteriano"

sábado, 9 de abril de 2011

A Doutrina da Santificação

O Autor e os Meios da Santificação.
A santificação é obra do Deus triúno, mas é atribuída mais particularmente ao Espírito Santo na Escritura, Rm 8.11; 15.16; 1 pe 1.2. É particularmente importante em nossos dias, com sua ênfase à necessidade de abordar antropologicamente o estudo da teologia e com seu unilateral chamamento para o serviço no reino de Deus, salientar o fato de que Deus, e não o homem, é o autor da santificação. Especialmente em vista do ativismo, que é um traço tão característico da vida religiosa americana,* e que glorifica a obra do homem, e não a graça de Deus, é necessário acentuar muitas vezes que a santificação é fruto da justificação, que aquela é simplesmente impossível sem esta, e que ambas são frutos da graça de Deus na redenção dos pecadores. Conquanto o homem tenha o privilégio de cooperar com o Espírito de Deus, só pode faze-lo em virtude das forças que o Espírito lhe comunica dia após dia. O desenvolvimento espiritual do homem não é uma realização humana, mas é obra da graça divina. O homem não merece crédito algum pela contribuição que lhe dá instrumentalmente. Na medida em que a santificação tem lugar na vida subconsciente, é efetuada pela operação imediata do Espírito Santo. Mas como obra realizada na vida consciente dos crentes, é feita por diversos meios, que o Espírito Santo emprega.

1. A PALAVRA DE DEUS. Em oposição à igreja de Roma, deve-se afirmar que o principal meio usado pelo Espírito Santo é a Palavra de Deus. A verdade em si mesma certamente não tem eficiência adequada para santificar o crente, mas é naturalmente adaptada para ser o meio de santificação empregado pelo Espírito Santo. A Escritura apresenta todas as condições objetivas para exercícios e atos santos. Ela é útil para estimular a atividade espiritual apresentando motivos e incentivos, e nos dá direção para essa atividade por meio de proibições, exortações e exemplos, 1 pe 1.22; 2.2; 2 Pe 1.4.**

2. OS SACRAMENTOS. Estes são os meios par excellence (por excelência), segundo a igreja de Roma. Os protestantes os consideram subordinados à Palavra de Deus, e às vezes falam deles até como “Palavra visível”. Simbolizam e selam para nós as mesmas verdades que são expressas verbalmente na Palavra de Deus, e podem ser considerados como uma palavra em ação, contendo uma viva representação da verdade, que o Espírito Santo torna ocasião para santos exercícios. Eles não somente são subordinados à Palavra de Deus, mas também não podem existir sem ela, e, portanto, sempre são acompanhados por ela, Rm 6.3; 1 co 12.13; Tt 3.5;1 pe 3.21.

* E a que ponto esse ativismo chegou na América Latina! Nota do tradutor.
** Esta última passagem faz referência às preciosas promessas de Deus como um meio pelo qual podemos crescer na santificação. Tenha-se em conta o contexto. Nota do tradutor.